Abril e Eu
By Abril e Eu
Uma série inédita sobre o tempo da repressão na cidade do têxtil e a esperança de Abril, ancorada em tantos momentos de luta simbólica.
Abril e EuApr 25, 2024
De cidade fábrica a cidade universitária, os 50 anos do ensino superior na Covilhã
Foi uma das grandes transformações do país: o alargamento do ensino superior a territórios onde as oportunidades académicas não existiam. Há 50 anos, chegava também à região da Beira Interior. Os primeiros passos, dados pela ousadia de sonhadores, surgiram com o Instituto Politécnico da Covilhã. Ninguém sabia onde ia parar o que é hoje a Universidade da Beira Interior.
Meio século depois, é notória a vida que a academia traz à cidade e a ajuda que deu para ultrapassar a grave crise industrial da antiga Manchester Portuguesa.
Quando a guerra era o destino (quase) certo
A guerra colonial provocou 10 mil mortes, 30 mil feridos. Quantos não tentaram escapar a esse desígnio de incerteza.
Atrás das grades do Estado Novo, a resistência
Sem julgamento. Sem crimes cometidos. A repressão do Estado Novo atirou para trás das grades, meses e meses, milhares de pessoas de todos os cantos do país. Fintava-se a PIDE, como se podia, naquela Covilhã em ebulição social. Mas já se contava que a polícia política batesse à porta, mais tarde ou mais cedo.
A luta para vencer a repressão
Se os filhos de Adão pecaram, os da Covilhã sempre cardaram. O ditado é antigo e há quem o repita nesta viagem pelos tempos de ditadura. Voltamos aos dias em que o fumo da indústria manchava a paisagem serrana, pela mão de Garra e Viseu. Ninguém os conhece por outros nomes, foram operários a vida toda. Guardam com nitidez a luta de uma classe que tentavam calar antes do 25 de abril.
A vida têxtil contada no feminino
Os protagonistas deste programa são testemunhas de um tempo que não deixa saudade. Há 50 anos, a Revolução dos Cravos punha um ponto final no Estado Novo. Mas a data só ganha sentido se não se deixarem apagar as décadas marcadas por trabalho, muito, salário, pouco.
É meio século de liberdade e muito mais de amizade entre as comadres Maria e Luzia. Fizeram vida no Bairro da Alegria e aí se conheceram. Mulheres de fibra que se viram embrenhadas nos fios de lã das fábricas que davam vida à cidade da Covilhã. Relembram os dias os dias de trabalho, a pobreza das casas e como era ser mulher no tempo de ditadura. Nunca foi fácil para elas, e nunca deixou de ser importante contar a própria história.